domingo, 6 de junho de 2010

#paixaopeloesporte

Foi chegando perto das 16h, fui para a TV. Também, pudera... tive que sofrer o dobro, nos dois últimos jogos (Santos e Inter), porque me restou apenas o meu radinho de tanta história. Fui na onda dos berros do locutor, que sempre me fez pensar que bola na trave é gol, que nunca me deu total confiança de que o gol do meu time foi realmente do meu time, até chegar o "DO CORINTHIANS" (sentiu a ênfase?). Busquei todos os canais possíveis, da TV paga à aberta. NADA! Só deu Santos e... Acho que só vi o Santos mesmo! Bom, puderam ver os 4 a zero no Vasco e a lambança do Fernando Prass. Valeu muito a pena, eu imagino! Me restando o rádio, como a última alternativa, fui, já me preparando: bem vestida, bandeira na janela, coração na mão. Último jogo, antes da paralisação, tentando deixar garantida minha liderança, mesmo que "simbólica", por um mês, o que já nos deixaria mais tranquilos. Invicto! Ah, o jogo! NADA de radialista louco para berrar no meu ouvido. NADA de Timão! Um e outro do Tubarão; outros, ainda, do Grêmio e do São Paulo. Desesperada e furiosa com os meus 10 minutos do primeiro tempo jogados fora, sem acompanhar, vim para a internet. Sempre ela, na PIOR das hipóteses, que foi o caso! A bola rolando e eu atrás de algum site que satisfizesse o simples desejo de ver/ouvir o meu Corinthians jogar. Resultado: problemas nas caixinhas de som do meu computador. Sinceramente, eu já estava soltando faísca. Nervosíssima. Resolvi o problema no som e, ENFIM, parei para ouvir o jogo da rodada do meu time do coração: Corinthians e Botafogo. Mais de 20 minutos já no passado, mas eu respirei, me concentrei e fiquei, aqui. Satisfeita? Eu poderia estar, mesmo assim, se não fossem os comentaristas, o locutor e quem quer que estivessem ali. Me refiro aos "caras" da tramsmissão. O jogo correndo e nada me narravam. Resumindo, o ouvinte, ali, que se virasse para adivinhar os lances do jogo, os detalhes que a gente espera, as faltas, os passes errados, os lances polêmicos, o normal. Era isso? E foi desta forma que trataram, também, durante a Liga dos Campeões, que não me convém citar a emissora. Eu sou torcedora! Alguma consideração existe para mim, nesta condição? Eu posso me sentir um pouco melhor por dedicar algum tempo do meu dia ao esporte, a minha paixão que é o futebol? Pois, hoje, me passou pela cabeça, me confundindo completamente as ideias (ou fundindo a minha paixão com o meu juízo), que o torcedor é o "otário". Uso as aspas por ter sido exatamente o que pensei e senti, ali na hora. Os jogadores ganhando seus milhões, os jornalistas esportivos o seu sustento, não sei em que ponto... E nós como meros espectadores. Como simples apaixonados! Isso vale? Hoje, eu senti que nada valeria... Mas, aí... me lembrei do Sr. Alvaro Melo Filho (em "O Desporto - Na Ordem Jurídico-constitucional Brasileira"), que, esse sim, me convence de que eu posso ser o que eu quiser, quando o assunto é esporte. Que podemos todos ser o que quisermos, quando o assunto for esporte!

Você, torcedor, com sua dose de fanatismo, e eu, também torcedora, devemos nos orgulhar de estarmos inseridos numa classe digna e cheia de esperança. Nós, torcedores, ainda que desamparados, em determinados momentos, num plano mais do que abstrato, podemos crer que tudo isso vale a pena. Vale, porque estamos juntos pelo esporte. E, sem que a gente queira, estamos nesta luta. Porque é de dignidade que tratamos, quando do "desporto enquanto fenômeno social que educa, estimula participação e desenvolve valores de convivência e cidadania".

Juntos, caminhando por esta missão, lembremos que a "atividade desportiva não se resume a grandes eventos, nem à vaidade de resultados esporádicos, sempre objeto de promoção através dos órgãos de comunicação de massa, mas deve ter o caráter permanente e abrangente, de todas as pessoas, como realização individual e coletiva, capaz de fundir o espectador com o desportista, o grande atleta, com o simples diletante".

Nesta esperança, então, transpassemos toda a nossa emoção, nosso sentimento de paixão e alegria. Pela paz e pela harmonia. De torcedor para torcedor. De atleta para atleta. De profissional do esporte, no geral, para profissional do esporte. E, todos nós, de mãos dadas por esta causa, que eu abraço mesmo, e na qual deposito toda a confiança que tenho no fundo do coração, numa explosão de sorrisos estampados nos rostos do pobre e do rico, do branco e do negro.

Por um mundo melhor. Pela união. Pelo esporte. Boa Copa do Mundo a todos!!! Rumo ao Hexa, Brasil!